NATURE

A arte tem um papel de transformação social indiscutível, e, assim sendo, gostaria de poder contribuir com o meu trabalho para fazer ativismo pontual. Desta feita, destaco aqui cinco obras que contam a história de como os incêndios, como questão de alteração climática, têm um grande impacto nos ecossistemas afetados, sobretudo a desflorestação, mas não só. 

Um incêndio tem um efeito duplamente negativo ao nível das emissões, na medida que origina a libertação de gases com efeito estufa, como reduz a capacidade de absorção e armazenamento de CO2. Globalmente, a desflorestação representa cerca de doze por cento das emissões de carbono, e os fogos florestais produzem cerca de vinte cinco por cento. Atualmente, as árvores da Amazónia ficam com um quarto de todo o carbono absorvido anualmente pelas florestas do planeta. A capacidade dos solos florestais para absorverem metano caiu em setenta e sete por cento em apenas três décadas. Os efeitos destes incêndios não são lineares. As zonas por eles fustigadas serão mais áridas, haverá mais cheias, avalanches de  lama com estas relacionadas.

A água cobre setenta por cento da superfície terrestre. Os alimentos provenientes do mar representam quase um quinto da proteína animal consumida pelo homem. Os oceanos também modulam a temperatura do planeta, absorvendo muito do calor do Sol. Atualmente, mais de um quarto do dióxido de carbono emitido pelo homem é absorvido pelos oceanos que tem como resultado a acidificação oceânica. Nos últimos cinquenta anos, também absorveram noventa  por cento do excesso de calor provocado pelo aquecimento global. De qualquer modo a acidificação oceânica, só por si, através do seu efeito no fitoplâncton, libertando para o ar enxofre que forma nuvens, pode ser responsável por um aquecimento adicional de meio grau centígrado.

Isabel Sofia dos Reis-Flood

18 de dezembro de 2020, Largo das Residências